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23 agosto 2016

Pele de Cobra Eugenio Colonnese GEP

Em 1967, a GEP (Gráfica Editora Penteado) resolveu investir num super-herói diferente: desta vez, ao invés de heróis mascarados e superpoderosos, a editora veio com um motoqueiro “sem destino” chamado Pele de Cobra. O protagonista era um andarilho acostumado a acampar nas terras inabitadas que circundavam as rodovias, “astuto como uma serpente”, mas em seu coração ele trazia a bravura de um leão. Por que o Pele de Cobra fugiu da civilização ninguém sabe, mas o fato é que a vida no mato o tornou quase um selvagem.

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Os roteiros eram do Rivaldo Amorim, que transformou a série em histórias policiais, e a arte (excelente) de Eugenio Colonnese e Rubens Cordeiro. Infelizmente, com o fim da GEP, nosso herói foi cancelado, permanecendo no limbo por mais de 30 anos.

Em julho de 2000 uma revista paulista anunciou a existência de um projeto para trazer vários super-heróis brasucas dos anos 60 de volta. No início, nada aconteceu, mas um ano depois, a editora Ópera Graphica trouxe de volta o Pele de Cobra e diversos heróis de Colonesse num álbum chamado "A última missão".

Desenhado por Watson Portela e escrito por Franco de Rosa, a trama girava em torno do Cobra e de vários heróis dos anos 60, muito deles à beira da aposentadoria e decadentes. Nosso herói era exceção: embora um pouco envelhecido, continuava na estrada com sua moto e sua excelente forma física, enfrentando desta vez policiais rodoviários corruptos. Então, diante do eminente fim do mundo, ele e outros heróis são convocados para evitar a tragédia. Para isso, eles são remoçados por meio da magia.

O final é um pouco deprimente: após obterem sucesso, eles abdicam de sua juventude, decidindo retornar à velhice e ao anonimato. Outro fato chato é o traço de Portela: desleixado e apresentando os heróis exageradamente musculosos, pouco lembrando aquele deslumbrante artista de dos anos 80.

Texto de Antônio Luiz Ribeiro (Guia dos Quadrinhos)